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Arquitetura

Escritório na praia destaca design nacional com vista para a Mata Atlântica de Balneário Camboriú

Isadora Rupp, especial para a HAUS
16/12/2021 12:52
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O espaço de 100m² privilegia a natureza exuberante e a vista para a praia do Estaleirinho, em Balneário Camboriú (SC). | Mariana Boro/Divulgação

A arquiteta Cláudia de Conto, fundadora do Studio Casa 90, tinha, há anos, um sonho: construir um escritório para ela e o marido (que é advogado) no mesmo terreno da casa onde vivem em Balneário Camboriú (SC), em uma área entre a Mata Atlântica e o mar, com vista para a praia do Estaleirinho. A pandemia do coronavírus e a necessidade do casal de trabalhar em casa acelerou o projeto elaborado pela arquiteta: um espaço retangular de 100 m², que utilizou materiais naturais e privilegia, sobretudo, a natureza.
O piso e o forro do escritório são revestidos por ripas de cumaru.
O piso e o forro do escritório são revestidos por ripas de cumaru.
“A principal inspiração foi o entorno, que é muito impressionante. Por isso, tudo foi voltado para privilegiar o visual. As portas têm grandes vãos para se ter a sensação de trazer a natureza para dentro do espaço”, explica Claudia. Uma área multifuncional também foi pensada pela arquiteta, com mesa de pebolim para momentos de descontração de funcionários ou clientes.
Cláudia de Conto e o marido, que é advogado, aceleraram o sonho de construir um escritório na mesma área de casa.
Cláudia de Conto e o marido, que é advogado, aceleraram o sonho de construir um escritório na mesma área de casa.
Os filhos do casal, de dez e três anos de idade, também usufruem do local nos finais de semana. “Virou um espaço para reuniões com clientes e fornecedores. Para mim é maravilhoso, porque estou em casa. Temos o conforto de almoçarmos em casa, de não precisarmos nos deslocar. Ganhamos muito na qualidade de vida e na convivência com as crianças”, ressalta Cláudia.
Azulejos da Lurca foram a escolha de Cláudia de Cunto para a área do lavabo do escritório.
Azulejos da Lurca foram a escolha de Cláudia de Cunto para a área do lavabo do escritório.
Erguido a partir de materiais comuns, como o concreto e a madeira, o escritório é revestido por ripas de cumaru no piso e no forro. Nas paredes, a arquiteta usou o cimento queimado para trazer um ar contemporâneo. Outro elemento que traz essa estética é o grafite do artista Luís Felipe Berejuk, na fachada de fundo e no telhado da construção, com desenhos de folhagens nativas.
Outro destaque do local é uma bancada funcional em ferro, MDF e revestimento de superfície que abriga lavatórios (com desenho e torneiras minimalistas), copa, máquina de café, gavetas e nichos para os materiais de escritório. Há, ainda, uma mesa de apoio lateral, um trabalho experimental de Cláudia, feita com uma mistura de cimento com fibra de coco e tampo de cristal verde, pedra encontrada em Minas Gerais. No lavabo, azulejos brancos e azuis da Lurca trazem ao espaço, de acordo com a arquiteta, um “perfume modernista”.

Designers e artistas nacionais

Mesa e cadeiras do designer Jader Almeida. A arquiteta busca sempre nomes nacionais para os seus projetos.
Mesa e cadeiras do designer Jader Almeida. A arquiteta busca sempre nomes nacionais para os seus projetos.
Uma das preocupações de Cláudia de Conto nos seus projetos do Studio Casa 90 é o de utilizar o máximo possível de materiais nacionais, algo que ela manteve no seu projeto pessoal e incluiu no mobiliário e obras de arte. As mesas e cadeiras de trabalho são do designer Jader Almeida. “Ele tem um design supersofisticado mas é alguém de Santa Catarina, que tem loja em Balneário. Sempre que posso uso peças dele”, relata a arquiteta, que utilizou ainda a cadeira Milla, uma das suas criações preferidas do designer.
Projeto experimental da arquiteta, mesa lateral tem base em cimento e fibra de coco e tampo de cristal verde de MG.
Projeto experimental da arquiteta, mesa lateral tem base em cimento e fibra de coco e tampo de cristal verde de MG.
Completam o ambiente um sofá na cor verde do designer Marcus Ferreira para a marca Carbono e tapete sob medida da Punto e Filo. Cláudia trouxe ainda objetos artesanais e fotografias afetivas de artistas como o fotógrafo Guilherme Puppo e Luciano Meirelles. “Tudo veio de uma escolha muito pessoal e dos meus trabalhos de pesquisa”, diz Cláudia.