Uma proposta de IVA Dual foi desenvolvida pelo Ipea durante o governo Temer, mas não é 100% a mesma defendida por Guedes. O modelo do Ipea prevê que PIS e Cofins seriam unidos em um IVA federal, com cobrança no destino e base ampla sobre vendas de mercadorias e serviços. Já o IPI se tornaria um imposto seletivo sobre produtos com externalidades negativas – como veículos, cigarros e bebidas. O ICMS (estadual) e ISS (municipal) seriam transformados em um IVA estadual, com as mesmas características do IVA federal.
Apesar das especulações, nenhuma proposta do Executivo foi oficialmente divulgada. Membros da equipe econômica cogitam enviar propostas pontuais para serem incorporadas às duas PECs em tramitação no Congresso.
Durante reunião na residência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na segunda-feira (2), o ministro Paulo Guedes foi cobrado por uma definição, segundo revelaram parlamentares ao jornal O Globo. Guedes teria se comprometido a enviar uma proposta de reforma tributária em março ou começo de abril. O presidente do Senado disse ainda ao ministro que quer fazer um calendário para votar a reforma ainda neste semestre.
Em outra ponta, Guedes costura na sociedade apoio à proposta do governo. O ministro teve encontro na terça-feira (3) com representantes de vários movimentos civis, entre eles MBL (Movimento Brasil Livre), Vem pra Rua e Organização Nacional dos Movimentos, grupos considerados favoráveis à política econômica de Bolsonaro.
Também na terça-feira, representantes do setor de serviços retomaram as conversas com a equipe econômica para negociar a fixação de três alíquotas diferentes para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), o novo tributo que o governo cogita propor ao Congresso para substituir o PIS/Cofins. O setor defende três faixas de alíquotas: 6%, 11% e uma terceira entre 13% e 14%. A proposta inicial do governo é que o CBS teria uma alíquota única entre 11% e 12% sobre todos os bens e serviços, inclusive os digitais.
Apesar das dificuldades em elaborar um texto que comtemple os interesses em jogo nas duas PECs em tramitação no congresso – mais a proposta que deverá vir do governo –, Alcolumbre aposta que a comissão conseguirá chegar a um consenso.
“Tenho certeza de que esses 50 membros vão fazer uma redação que concilie o Brasil e fortaleça o empreendedorismo, gerando empregos e riqueza. É uma reforma aguardada há décadas pelos brasileiros, com desburocratização, com simplificação. É a possibilidade, de fato, de dar segurança jurídica e tranquilidade aos empreendedores”, destacou o presidente do Senado.
A pergunta que fica no ar é: em que prazo sairá a reforma tributária em ano de eleições municipais e fim de mandato do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que não pode mais se reeleger ao cargo?
VEJA TAMBÉM:
Na Câmara (PEC 45/2019)
Cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em substituição a cinco impostos:
No Senado (PEC 110/2019)
Extingue nove tributos:
Criação novos impostos:
Governo
O que o governo já cogitou, mas não oficializou: